A mulher do século XXI é aquela que desempenha um papel especial na criação de uma cultura de paz, que persevera para transformar a sociedade na direção do bem, da esperança e da paz. É ela quem mais sofre todas as vezes que a sociedade é ferida pela guerra, violência, opressão, pelos abusos contra os direitos humanos, pelas doenças e pela fome. A mulher do século XXI é uma mulher que comunica, representa e transforma.
Dr. Daisaku Ikeda, escritor, filósofo, poeta e pacifista que denominou o século XXI como o “Século das Mulheres” deixa clara a grande confiança e expectativa que deposita na capacidade das mulheres de transformar o século XXI num século em que predomine a valorização da vida e se concretize uma era de verdadeiro humanismo. (Revista Terceira Civilização)
A mestra e escritora, Nádia Farias enfatiza a importância da fala de mulheres negras nesse processo de empoderar-se de ser mulher, dizendo que: “Não há nada mais forte do que o grito de uma mulher negra em nome da verdade, mesmo o grito de uma única mulher pode comover o mundo e mudar a voz de um povo e o seu caminho. Não é exagero dizer que a história é criada pelas mulheres”, enfatiza ela.
No Brasil, 24 milhões de mulheres empreendem, segundo dados do SEBRAE nacional. A gerente regional do SEBRAE Patos e Itaporanga, Anna Stefania Rodrigues, deixa claro que é cada vez maior o número de mulheres responsáveis por novos modelos de negócio, por gestarem empresas e pela procura de capacitação e desenvolvimento para produtos, serviços e evolução de pessoal. “Recebemos muitas demandas vindas da gestão feminina. Essa sensibilidade de pensar de forma colaborativa é nossa. Pensamos no todo sempre e não só no nosso quintal. A mulher pensa de forma globalizada”.
A mulher do século XXI também é aquela que continua a lutar contra a violência e o abuso. Preocupação e medo de ser morta continuam e fazem parte das lutas diárias cravadas com o sistema estrutural e a cultura patriarcal. A cada hora, 8 mulheres são mortas no mundo. Em 2020 14 estados brasileiros tiveram alta no número de homicídios de mulheres. A advogada e idealizadora do Mulheres Empreendem, Danielle Lucena, trás uma reflexão pertinente em seu perfil no Instagram, tendo em vista a pandemia e a insegurança feminina acontecida em seus lares. “A violência contra a mulher é chaga que se protrai para alcançar esse agora. Justamente esse agora, porque o patriarcalismo, de onde se origina e é fomentado esse tipo de violência, é reforçado em contextos de crise, como a pandemia.
E, aqui, um esclarecimento: a tensão oriunda da pandemia não gera a violência contra a mulher. É, em verdade, fator que potencializa uma vulnerabilidade que já existe e acomete mulheres todos os dias, durante séculos”, discorre ela.
Quem é a mulher do século XXI? Essa não é uma pergunta fácil de responder. Multifacetada, que não permite amarras, que articula e transforma realidades, que atua e gasta. Ela é a mesma de todos os séculos, porém mais corajosa e determinada. Hoje é ela mesma que toma as grandes decisões da sua vida e da vida de muitos.
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