A pandemia “obrigou-nos” a ficar em casa – alguns puderam outros não – o que trouxe o imperativo de um reaprendizado da convivência com familiares; colocou-nos o desafio da empatia e pensar no cuidado de outras famílias. A pandemia nos trouxe a necessidade de uma profunda reflexão sobre a vida em comunidade, o que passa por pensar na fé, na relação com o próximo, mas também nas injustiças sociais (as mulheres, os negros, os moradores das periferias são os que mais estão sofrendo na pandemia).
A administradora de empresas e analista de marketing, Maria Alice conta sobre sua experiência de fé. “Na minha vida, como missionária, cristã católica, consagrada, sempre busquei aplicar maneiras muito concretas de como encarar a base dos meus sofrimentos, procurando ter cuidado em não culpar os outros do que eu estou vivendo. A pandemia me trouxe mais reflexão e momentos de fé”.
Estando em condição de isolamento social, igrejas e autoridades religiosas reforçam a importância de todos ficarem em casa como forma de proteção, isso ainda está valendo, embora a impressão que temos é que foi-se perdido o medo de morrer. Durante o isolamento, as instituições estabeleceram novos arranjos para as atividades cerimoniais. Os grupos que normalmente organizam orações coletivas têm orientado para fazê-las em casa, além das atividades (especialmente as celebrações) pelas redes sociais, que voltaram em novos arranjos e devido ao alto número de casos, muitas já foram canceladas.
Para ter seus momentos religiosos em casa, as pessoas precisaram de artigos religiosos e encontrou quem atendesse a essa necessidade. Como é o caso do Martinho Vieira Ateliê, nascido em plena pandemia e um dos empreendimentos mais lembrados, quando o assunto é artigo religioso personalizado. Seu idealizador nos conta o intuito do projeto e por que ele nasceu.” Sou um ser humano de fé. Professo isso e vivo na prática. Sempre tive aptidão para o artesanato e muitas pessoas me pediam para pintar, decoração, criar terços, imagens, chaveiros. Personalizar seus artigos religiosos com o intuito de manter seu contato com Deus e seus momentos de oração, de forma única, pessoal. Como deve ser. Assim nasceu o ateliê”, conta o artesão e empreendedor.
Um “passeio” pelos canais televisivos, ou redes sociais, mostra que grupos religiosos ou espiritualistas têm propiciado “virtualmente” ambientes simbólico-rituais ou práticas meditativas como forma de manter as pessoas em conexão com elementos sagrados. Com objetivos “religiosos” ou “psicológicos” buscam diminuir as angústias e incertezas trazidas pelo momento e manter algum equilíbrio emocional. As mensagens buscam levar “consolo” nesse momento de aparente “caos”. A ciência já provou que aqueles que possuem uma conexão com o sagrado, têm mais chances de cura e equilíbrio mental. A pergunta que eu deixo para você, caro leitor(a), é a seguinte: INDEPENDENTE DA SUA RELIGIÃO. A QUE VOCÊ TEM SE APEGADO PARA TRANSPOR ESSE MOMENTO DE PANDEMIA DE FORMA PSICOLOGICAMENTE SAUDÁVEL?
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